Tecnologia e educação: saiba como está a primeira fase do Cidadão TEC

Projeto Cidadão Tec – Reprogramando futuros aproxima adolescentes da ODPH do mundo da tecnologia por meio de parceria com Pelissari

Por: Bruna Martins

Entre códigos e computadores, alguns dos adolescentes envolvidos na ODPH descobrem um mundo novo há quase 2 meses. Aulas de lógica, programação e tecnologia fazem parte da rotina dos jovens que participam do projeto cidadão TEC,  Reprogramando Futuros.

A ideia partiu por meio de um dos próprios voluntários da Ong, Thiago Miguel em parceria com a proprietária da empresa Pelissari, Vanessa Pellisari e da gestora da ODPH, Kauanna Batista e  Fábio Garcia, voluntário na área de projetos e parcerias estratégicas da entidade.  Thiago nem imaginava que o projeto sairia do papel, considerando que se aproximou da ODPH com o objetivo de ajudar no setor esportivo e administrativo, porém, o projeto saiu e está sendo melhor do que o esperado.

Foto: Vanessa Pelissari

O voluntário e funcionário da Pelissari é quem dá as aulas para os jovens, com periodicidade semanal, na própria estrutura do escritório. Apesar de ter uma experiência anterior na posição de mentor, o cidadão TEC foi onde Thiago se aproximou pela primeira vez deste público e descreve a experiência como algo enriquecedor.

“É muito gratificante ver que o pouquinho que eu sei pode fazer a diferença neste primeiro momento e perceber que as vezes aquilo que tomamos como certo de acordo com nossa realidade é valioso para os outros. Os jovens são muito esforçados e mesmo que não se não quiserem ser programadores, sabem tirar o melhor da experiência”.

A experiência não só é proveitosa para quem auxilia os adolescentes como para quem está no processo. Karoline Silva, de 17 anos, é uma das meninas que estão no Cidadão TEC e já nota diferença na sua rotina por causa do projeto.

“Eu nunca tinha participado de um programa assim. Estou tendo muitas experiências e sinto que isso pode mudar a minha vida. Acho muito legal e estou aprendendo bastante, inclusive a prestar atenção nas coisas e aprender o que nunca aprendi antes”, afirma.

A adolescente que também é envolvida com outras atividades como canto e música reorganizou a agenda de tarefas somente para poder participar do projeto.

 

 

 

Gustavo Batista é outro participante do projeto. Antes dessa atividade ele trabalhava como voluntário da ODPH e até já deu aulas de informática básica para as crianças atendidas pela ONG . Sobre a experiência ele conta:

Eu gosto de projetos como uma forma de aprendizado é uma forma boa de ensino é divertido, e muito bom para ajudar os outros”.

Assim como Gustavo, o adolescente Gabriel  de Freitas Lima também já tinha um gosto anterior por tecnologia e diz estar aproveitando cada momento do curso já que um dia pretende trabalhar na área.

“Agora nós estamos aprendendo programação e entrando no módulo Linux. Eu sempre gostei dessa área, de jogos e de mexer no computador e isso está ajudando muito”.


Terceiro setor e empresas: a importância da responsabilidade social e a união que pode dar certo

                      

Quando o voluntário e mentor das aulas de programação, Thiago chegou para conversar com a sócia da Pelissari, Vanessa, já havia uma grande abertura da empresa para projetos sociais com foco em educação.

Além de proprietária da empresa, Vanessa é formada na área de tecnologia e nos últimos 8 anos tem focado em desenvolvimento humano. Na visão dela, esse tipo de parceria entre empresas e terceiro setor só tem a dar certo e uma das expectativas do futuro é que o projeto piloto se desenvolva e seja interessante para outras empresas de tecnologia, considerando o impacto social e as possibilidades dos empreendedores.

Ainda sobre impacto social e transformação, Vanessa acredita que os momentos do curso são únicos pois ao mesmo tempo em que aprendem, os adolescentes também contribuem para a vida dos colaboradores da Pelissari.

Foto: Kauanna Batista

“Gosto que eles venham até nossa sede para ter as aulas aqui. Assim, eles têm oportunidade de conhecer um ambiente corporativo, sentir como funciona e interagir com nossos colaboradores. Acredito que nossos colaboradores ampliarão suas percepções em relação ao ajudar o próximo, em relação ao olhar para quem está muito próximo de nós, perceber que todos temos potenciais e merecemos oportunidades”.

Sobre essa troca e convivência com os jovens, Thiago  acrescenta que a capacitação não é só uma chance de passar conhecimentos mas de troca e sensibilização, considerando as necessidades e a trajetória dos próprios alunos. Desta forma, a sala de aula foge aos padrões tradicionais e apesar de existir um cronograma, módulos e objetivos, muitas coisas surgem dos alunos, não havendo uma hierarquia, mas sim uma parceria.

“Eu sempre enfatizo que eles precisam evoluir e estar em movimento de uma forma geral. Neste tempo eu entendi que os jovens possuem dificuldades em relação ao ensino regular. Como nós trabalhamos com muita lógica e matemática, observei que eles entendem a lógica e o fluxo dos problemas, mas existe uma dificuldade com a matemática em si. A partir disso, combinamos de fazer uma aula de reforço de matemática para ajudar eles”.

O projeto e estrutura

O Cidadão Tec hoje atende 9 alunos com faixa etária entre 14 e 17 anos. Os estudantes vão para aula semanalmente e o projeto ainda está na primeira fase, na qual os adolescentes aprendem sobre noções básicas de programação.

As aulas acontecem na sede da própria Pelissari e todos os participantes contam com material de apoio e incentivo para frequentar as capacitações.

Na medida que o projeto avance, a ideia é que outros colaboradores da empresa também se envolvam nas aulas e de acordo com Vanessa haverá doação de notebooks para os alunos com o objetivo de incentivar que eles desenvolvam trabalhamos além do ambiente corporativo.

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